Mães de Balneário Piçarras denunciam professores de escola municipal por agressão e maus tratos

Professores da escola municipal Francisca Borba de Balneário Piçarras foram denunciados à Polícia Civil; uma das vítimas é portadora de espectro autista

Mães de Balneário Piçarras estão revoltadas com a descoberta de situações de agressões e maus-tratos contra três crianças do primeiro ano (uma delas com espectro de autismo) da Escola Municipal Professora Francisco Borba, no Bairro Itacolomi, em Balneário Piçarras.

Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na Polícia Civil e um exame de Corpo de Delito deverá confirmar as agressões. As mães chegaram a criar um grupo de comunicação pelo WhatsApp para trocar informações, onde exibem até imagens das marcas provocadas supostamente pelos professores.

O caso foi levado ao conhecimento da Secretaria Municipal de Educação de Balneário Piçarras, mas a gestora da pasta Blaise Keniel da Cruz Duarte não estava no momento da visita das mães na tarde desta quarta-feira (8).

Segundo o depoimento da mãe de uma das três crianças, Paloma Letícia Dias, o filho chegou em casa reclamando de fortes dores no peito. Ao ser questionado, o garoto contou que a professora teve um ataque de fúria ao vê-lo esfarelando uma bolacha em sala de aula.

“Como eu não entendi a história, pedi a ele que mostrasse como foi. Ele pegou uma boneca da irmã e repetiu o gesto. A professora colocou a criança na cadeira o prensou contra a mesa da carteira. Corri e fiz um boletim de ocorrência ainda na noite de segunda-feira”, contou a mãe.

Quando os pais da criança foram até a escola para cobrar explicações e relataram o que tinha acontecido dentro da sala de aula, mesmo assim nenhuma providência foi tomada. Segundo a mãe, a professora teria confessado que estava nervosa e dando aula sozinha sem a presença de um monitor.

Pelas redes sociais, Paloma foi agredida verbalmente ao postar o caso na página SOS Piçarras.

“Tinha um professor que estava em horário de aula, me chamando de mentirosa, me desafiando a provar as agressões. Ao ligar na escola, descobri que o professor estava em sala de aula, ou seja, usava as redes sociais enquanto lecionava”, afirma Paloma, mostrando a nossa reportagem os prints da discussão.

Patrícia Dias é outra mãe que teve o filho vítima de agressão verbal na frente de outros estudantes da Escola Professora Francisca Borba. Aos 12 anos, o menino portador de autismo, que estuda no sexto ano, passou por situação humilhante e constrangedora em sala de aula ao ser xingado e acusado de marginal. “Liguei na escola e uma pessoa ligada a direção disse que iria expulsá-lo de lá por acusação de formação de ´gangues´, entre outros absurdos ditos por ela”, acrescentou Patrícia.

O filho da Josianne Martins Daniel, embora não tenha sido diagnosticado, apresenta traços de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Agitado, a criança estava correndo no pátio da escola, quando foi agarrado pelo colarinho da camisa e colocado para sentar.

“Eu flagrei a cena e chamei meu filho para vir e irmos para casa, nervosa, por se tratar do primeiro dia de aula dele. Conversamos e acabamos resolvendo tudo ali mesmo. No mês passado, durante uma brincadeira de bambolê, uma pessoa intitulada subdiretora puxou o brinquedo, machucando a criança. Nas costas, o menino carrega as marcas do ato de violência”, denunciou a mãe.

O OUTRO LADO

Tentamos entrar em contato com a Secretaria Municipal de Educação, mas ninguém atendeu nossa chamada, mesma situação da “Assessoria de Imprensa”. Já a secretária Blaise Keniel da Cruz bloqueou o contato da nossa reportagem do seu WhatsApp. O espaço continua aberto para defesa.