Troca de mensagens no WhatsApp mostram “esquema” de negociação; MP investiga o caso
No último dia 6 do corrente mês, às 17H, encerraram as votações e, após todos os eleitores presentes na sessões eleitorais terminarem de votar, as urnas foram lacradas e enviadas para os representantes da Justiça Eleitoral de Itapema apurar os votos.
Muitas unhas roídas durante a expectativa dos resultados. E, após a finalização da votação, muita comemoração de um lado e tristeza de outro.
Teve candidato que na busca da vitória ignorou as regras, cometeu crime eleitoral e pode perder o mandato. É o caso do vereador eleito Márcio Silva (DC).
COMPRA DE VOTOS
Segundo reportagem do Folha do Estado, uma eleitora de Itapema que mora no Rio Grande do Sul havia entrado em contato com o então candidato a vereador, solicitando uma ajuda para que pudesse vir a cidade votar.
O candidato teria dito que lhe passaria agora (durante as eleições), R$ 1.500,00 e, caso se elegesse, pagaria “um valor a mais”.
Ainda segundo a reportagem, o candidato condicionou a “ajuda” em troca dos votos dela e também de que ela atuasse junto à sua família para conseguir mais votos.
Então, o candidato Marcio Silva, teria avisado a eleitora através de ligação telefônica que mandaria o dinheiro em troca dos votos, porém, não poderia enviar pelo Pix ou qualquer outro tipo de conta. A eleitora foi avisada que ele faria o saque no valor de R$ 1.500,00 e deixaria com o dinheiro com o primo dela para ser entregue.
Marcio Silva teria levado o dinheiro em espécie para o primo da eleitora, Thiago, que lhe repassou o Pix no valor de R$ 1.500,00.
A eleitora veio a Itapema com antecedência não só para votar, mas também para pedir mais votos para a família, conforme o acordo.
No dia da eleição, a eleitora foi votar e, após realizado o voto, enviou mensagem via WhatsApp para o então candidato Márcio Silva, para informar que tinha votado nele.
Após a contagem dos votos, ela soube que ele havia sido eleito. Então, passados alguns dias, ela entrou em contato com o vereador Márcio Silva, para solicitar o cumprimento do acordo, ou seja, se fosse eleito, lhe daria mais um valor além dos R$ 1.500,00.
BLOQUEADA NO WHATSAPP
Na data do 13, ela teria chamado o candidato eleito, Márcio Silva, para conversar e pegar o dinheiro que ele havia dito que daria “a mais” caso se elegesse. O vereador não só não teria atendido a ligação da eleitora, não respondeu suas mensagens via WhatsApp e a teria bloqueado.
DENÚNCIA NO MINISTÉRIO PÚBLICO
Ao que ela teria chegado à conclusão de que o candidato a teria usado para se eleger, e possivelmente poderia ter feito o mesmo com mais pessoas, a eleitora “enganada” resolveu fazer uma denúncia ao Ministério Público Eleitoral, para que futuros candidatos não utilizem ou tentem se utilizar de promessas para supostamente enganar os eleitores.
A Folha do Estado entrou em contato com o Ministério Público Eleitoral na data de 17 de outubro, e recebeu a confirmação de que a denúncia havia chegado àquele Órgão Ministerial e estava em análise.
O QUE DIZ A ASSESSORIA JURÍDICA
DO VEREADOR MÁRCIO SILVA
O advogado de Márcio Silva informou o seguinte: “A defesa de Márcio Silva desconhece qualquer denúncia e principalmente porque o candidato fez sua campanha integralmente na legalidade”. (Com informações Elias Tenório/Folha do Estado)