Julia levou mais de 200 picadas do enxame durante ataque no início da tarde de segunda-feira (26)
Marcos de Oliveira
Da redação
Julia Conceição Flor, de 33 anos, se recupera depois de sofrer um violento ataque de abelhas quando estava a caminho de uma consulta com a filha Alicia Julia Flor, de apenas 3 anos. A criança também acabou ferida pelas picadas.
As duas foram atacadas pelo enxame na Rua Nilo Anastácio Vieira, no sentido Santa Lídia em direção ao Centro, na segunda-feira (24), por volta das 13h15.
“Minha filha é autista e fui leva-la para uma consulta de rotina. Perto da clínica, parei para ajudar uma menina que estava caída do outro lado do acostamento e, a poucos metros, foi possível perceber um grande enxame. Era desesperador, mas não tinha como chegar perto”, conta Julia.
Vendo a cena, Julia resolveu gritar pedindo socorro, mas ao se afastar com sua bicicleta, carregando a filha no bagageiro, ela foi atacada violentamente pelas abelhas.
Eu gritava por socorro desesperadamente enquanto tentava proteger minha filha
Julia Conceição Flor, moradora vítima do ataque
“Nós caímos e, mesmo depois de levantar e sair correndo com ela no colo, levamos várias picadas. Eu gritava por socorro desesperadamente enquanto tentava proteger minha filha jogada em um gramado ao lado de uma oficina mecânica”, conta Julia, lembrando dos momentos de muita dor e angústia.
O servidor da Secretaria de Educação de Penha, Lucas Mafra, passava pelo local e imediatamente prestou socorro às vítimas, pegando a criança e a levando para dentro de um carro, enquanto a mãe correu sem rumo até encontrar uma casa em busca de ajuda. Um senhor usou uma mangueira de alta pressão para retirar com água as abelhas presas ao corpo de Julia.
“Foi coisa de Deus. Estava toda inchada das picadas, minha pressão estava baixa, com sensação de desmaio. Lembro que esse senhor jogou SBP e colocou uma toalha na minha cabeça. Eu gritava por socorro o tempo todo, até que o vizinho da casa em frente veio e me levou para Pronto Atendimento (PA)”, conta ela, lembrando que pedia insistentemente para que cortassem seu cabelo onde haviam muitas abelhas.
Mãe e filha foram medicadas e liberadas na Unidade de Saúde. A criança levou cerca de 45 picadas e Julia algo em torno de 200 picadas. “Só tenho que agradecer a equipe de saúde do PA pelo excelente atendimento”, ressalta.
Risco de novos ataques
O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e comunicado pelos moradores sobre um enxame no local indicado pelas vítimas, mas nenhuma solução foi tomada no sentido de isolar a área e evitar novos ataques.
“Os bombeiros perguntaram se eu tinha mexido no local das abelhas. Quem vai querer tacar objetos ou cutucar um enxame de abelhas junto com uma criança? É uma rua principal, a gente estava passando. Minha filha está traumatizada. Tinha abelhas dentro da boca dela. Eu ou ela podíamos ter morrido. É desolador ver o perigo e ninguém fazer nada”, lamentou.