Motociclista baleado por PM em Camboriú morre no hospital Marieta

Reprodução/Diarinho

Corpo do jovem de apenas 18 anos foi velado e sepultado na Praia Brava, em Itajaí; família procurou o MP e acusa a polícia de execução

O corpo do motociclista Pedro Henrique Zaninotti, de 18 anos, foi velado e sepultado no sábado no cemitério parque dos Crisântemos, na Praia Brava, em Itajaí.

Pedro estava internado desde segunda-feira passada na UTI do hospital Marieta Konder Bornhausen, onde não resistiu ao quadro de ferimentos provocados por um disparo na cabeça, feito por um policial militar de Balneário Camboriú. Ele faleceu na sexta-feira.

Pedro foi baleado em frente de sua casa, na rua Pindaiba, no bairro Tabuleiro, em Camboriú, por volta das 21h15 de segunda, após fugir de uma perseguição policial.

O rapaz, que era filho único, não tinha carteira de habilitação e fugiu quando recebeu a ordem de parada de uma viatura da PM na avenida do Estado Dalmo Vieira, no centro de BC.

Vídeos das câmeras de monitoramento mostram o rapaz sendo arrastado pela camiseta por um policial, que disparou à queima-roupa contra o motociclista l caído no chão.

A família alega que o tiro foi pelas costas, atingindo a nuca de Pedro.

O vídeo mostra o jovem parando a moto na frente da casa, abrindo o portão e empurrando a Biz para dentro do quintal. Neste instante chegam as viaturas da PM, que estavam perseguindo ele.

A imagem mostra os PMs entrando no quintal da casa com as armas na mão e um policial aparece arrastando o jovem para a rua pela camiseta e logo em seguida um clarão do disparo do tiro. O pai, ao ver o filho ferido, reage indignado, mas levou jatos de spray de pimenta no rosto.

A família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e também levou o caso ao Ministério Público. Os familiares afirmam que o jovem não deveria ter fugido da abordagem da PM, mas que não havia necessidade do tiro ter sido disparado, já que Pedro já estava caído e rendido. “Ele não reagiu à prisão como a PM está falando. Ele estava de costas para o policial, que atirou na nuca dele, sem defesa alguma”, contam os familiares.

Já a PM alega que o tiro foi acidental, durante luta corporal com Pedro.  Na versão da PM, o disparo ocorreu porque o autor resistiu à abordagem com violência física.

“O autor de 18 anos, tentou pegar a arma do Cabo PM, que restou por provocar um disparo que acertou a cabeça do autor, vindo a cair ao solo”, informou a PM – no entanto, pelo vídeo, o jovem está no chão, sendo arrastado pela camiseta, quando foi atingido pelo disparo.

“Nós trabalhamos com uma arma que tem um gatilho relativamente leve, obviamente dentro das especificações técnicas possíveis, e acabou acontecendo esse disparo. Tanto que a arma não ciclou, o que quer dizer não ciclar, ela não ejetou a munição completamente, o que indica provavelmente que havia alguma restrição em cima do ferrolho, que ele não funcionou bem”, explicou o comando da PM, ainda na terça-feira, um dia após o disparo do policial.

O comando ainda alegou que o motociclista tinha diversas passagens policiais. A PM ainda tentou ter acesso ao vídeo da ocorrência, segundo a PM, mas a família não teria entregado a cópia aos policiais. O caso será investigado pela polícia Civil.