Moradora de Armação com doença nos ossos tem pedido de auxílio-doença negado após 10 anos

Maria é viúva e sempre dependeu do recurso federal para comer e pagar o aluguel 

Reportagem
Marcos de Oliveira

A moradora do Bairro de Armação, em Penha, dona Maria Aparecida Rodrigues, 66 anos, mais uma vez foi considerada inapta para conseguir o auxílio-doença. O benefício pago pelo governo federal é a única renda dela que vive sozinha e paga aluguel.

Maria sofre de uma esclerose óssea na região do quadril. A doença foi comprovada por um laudo médico particular. Mesmo assim, na sua mais recente perícia no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no dia 31 de maio, seu pedido foi negado depois de 10 anos recebendo o benefício.

O laudo médico do INSS apontou como motivo a falta de período de carência, o que significa que o benefício foi recusado devido à ausência do número mínimo de contribuições.

“Procurei um advogado que disse que tenho um ano de carência que o critério adotado pelo INSS está errado. Estou desesperada e sinto dores frequentes por isso não consigo trabalhar”, conta Maria.

Esse tipo de doença que a Maria tem, segundo os médicos, pode causar uma série de limitações físicas, como dificuldade para permanecer em pé muito tempo ou para caminhar, rigidez articular, com incapacidade para cruzar as pernas ou calçar meia e mancar ao levantar-se da posição sentada. “É comum também que a pessoa sinta dores nas regiões da coluna, joelho ou quadril”, afirmou a médica Fabiana Schaeffer.

Enquanto aguarda uma nova perícia, Maria que é viúva há 15 anos vive desde janeiro sem renda e depende da ajuda financeira dos filhos. Para não perder o fêmur, ela precisaria tomar um remédio que é fabricado na Alemanha e custa em média R$ 650,00.

“Minha situação está muito difícil. Minha doença já está agravada ao ponto de não ter mais cartilagem. A parte esquerda do quadril também já está comprometida e não tenho como tratar, porque custa caro e mal posso comprar os remédios”, reclama.

Além da doença óssea no quadril, que já começa a comprometer suas articulações das pernas e joelhos, Maria tem câncer de pele e precisa fazer cirurgia em uma das mãos. A lesão maligna atinge pessoas com pele e olhos claros e albinas como é o caso da dona Maria.

“Um advogado que procurei perto da Justiça Federal disse que eu tinha direito a aposentadoria, mas depois de um tempo perdi o benefício que era minha única renda”, lamentou.

Se você é advogado ou mesmo quer colaborar com o caso da dona Maria, o endereço dela é Rua João Mariano Furtado, 413 fundos, Bairro de Armação, em Penha. O telefone é (47) 9 9180-5374.