Mães cobram mais segurança em creche no centro de Penha

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Agressão a servidoras gerou protestos e clima de medo em mães e profissionais; prefeito Aquiles diz que qualquer decisão depende da conclusão de inquérito administrativo e lamenta que o problema virou “ato político”

Mães de crianças matriculadas na Creche Mara Lúcia Souza de Melo, no centro de Penha, voltaram a fazer um apelo nas redes sociais pedindo mais segurança no local.

Na semana passada, servidoras foram agredidas por uma mãe. A confusão teria sido provocada pela proibição da entrada da mãe depois do horário estabelecido. O caso gerou protesto na frente do prédio do CEI.

A mãe ouvida pela reportagem, G.S.R. reclamam da insegurança e da falta de profissionais na unidade de ensino devido ao medo de novos episódios de agressão.

“O que aconteceu e vazou nas redes sociais não foi um caso isolado. Alguns dias atrás uma mãe entrou na escola e agrediu uma adolescente. Nenhuma atitude está sendo tomada. A secretária de Educação parece não estar nem aí para resolver o problema”, reclamou a mãe.

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Possivelmente como medida de precaução, a prefeitura de Penha disponibilizou servidores com veículo do Detrapen na frente do CEI na manhã desta quarta-feira (22).

“O que a segurança de trânsito resolve? E no período da tarde nem estavam mais ali. É um absurdo eles estarem ignorando todos os pais, as crianças e os profissionais por pura politicagem. Eu mesma não tô nem aí pra política, quero segurança para as crianças e nossos educadores”, comentou Gabriele.

Servidora se afasta da função e afirma estar enfrentando crise de pânico

Uma das servidoras agredidas, a especialista em Assuntos Educacionais, Gabriela Garbini, postou um vídeo nas redes sociais revelando que depois de ter feito um Boletim de Ocorrência (BO) agora está passando por atendimento psiquiátrico.

“A Secretaria de Educação não acompanhou o caso e acabei me afastando porque estou com medo, uma crise de pânico após o ocorrido”, desabafou.

“Problema virou ato político”, diz prefeito Aquiles

Em conversa com a reportagem do Oiscnotícias, o prefeito Aquiles da Costa explicou que toda o episódio de agressão gerou a instaração de um inquérito administrativo e todas as circunstâncias do caso estão sendo devidamente apuradas.

Aquiles condenou a atitude de violência da mãe, mas lembrou que a creche precisa rever cada situação.

 Será que o tratamento de intolerância de horário tem sido assim com todos, ou só com quem é simpatizante do governo?

Prefeito Aquiles da Costa

“A construção de creches tem sido um esforço do município para oferecer um local adequado às crianças, enquanto as mães trabalham para ajudar na renda familiar. A jornada dupla, cuidar da família e trabalhar fora de casa, é uma correria e atrasos esporádicos, não recorrentes, podem ser resolvidos com uma conversa e bom senso. Será que o tratamento de intolerância de horário tem sido assim com todos, ou só com quem é simpatizante do governo?. O problema me parece que virou ato político”, observou o prefeito.

Fizemos contato com a mãe flagrada agredindo as servidoras, mas ela não quis gravar entrevista e preferiu não comentar o caso. O espaço continua aberto para esclarecimentos.