Criança é perfurada com agulha potencialmente contaminada com sífilis no PA de Barra Velha

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A menina de oito anos aguardava a mãe fazer raio-x quando o acidente ocorreu; agora deverá tratamento de 28 dias, e acompanhamento de seis meses

No Pronto Atendimento 24 horas de Barra Velha, Santa Catarina, uma criança de apenas oito anos foi acidentalmente furada com uma agulha que havia sido utilizada em um paciente com uma doença sexualmente transmissível.

O evento ocorreu às 21 horas de quarta-feira, 17 de abril, e levantou questões sérias sobre a segurança e protocolos nos cuidados de saúde.

Segundo relatos, Silvana Auda, mãe da criança, estava no pronto-socorro para um exame de raio-X com sua filha, quando uma enfermeira, sem identificação visível, acidentalmente perfurou a menor com a agulha enquanto tentava medicar outro paciente.

A mãe descreveu o momento com detalhes: “Ela virou-se rapidamente e a agulha entrou no ombro da minha filha, um palmo do seu rosto.”

No momento do incidente, Silvana, ainda bastante abalada e sem saber como agir, seguiu o conselho de outra paciente que testemunhou o ocorrido e procurou a profissional responsável.

Sem crachá de identificação, a profissional apenas aplicou álcool com algodão no local e minimizou o acontecido, dizendo: “não foi nada”. Diante da preocupação de Silvana sobre o uso prévio da agulha, a profissional repetiu que não havia problema, mas ofereceu a realização de um teste rápido se fosse do interesse dela.

Logo após, um profissional do sexo masculino atendeu Silvana e realizou a coleta de sangue da criança, marcando o início de um período de grande ansiedade.

“Quando o resultado do teste saiu, a mesma profissional que havia machucado minha filha tentou nos dispensar, mas seu colega interveio, insistindo que minha filha deveria permanecer e receber medicação preventiva”, recorda Silvana.

Posteriormente, um médico se aproximou, e ao constatar que o caso não era de sua especialidade, consultou outro profissional por telefone antes de administrarem Benzetacil.

A mesma profissional que usou a agulha anteriormente tentou medicar minha filha novamente, acompanhada de uma colega. Porém, houve um erro na aplicação, e após tentativas frustradas, trocaram a agulha e tentaram novamente em outro local, causando grande sofrimento e medo à criança. “Foi uma experiência terrível, saímos de lá com minha filha aos prantos”, lamentou Silvana.

Devido ao ocorrido e seguindo o protocolo recomendado, a criança não poderá frequentar a escola nos próximos três dias e deverá seguir um tratamento de 28 dias, com acompanhamento de seis meses através de testes rápidos, para prevenção de doenças.

A costureira relatou que retornou à unidade de saúde na manhã de quinta-feira e precisará voltar à tarde, devido à ausência da funcionária da farmácia, que está de férias. Por telefone, uma colega foi orientada, mas às 13h30 um médico avaliará a necessidade de ajustar a medicação devido ao peso e idade da menina, que não pode ingerir comprimidos. Se o medicamento necessário não estiver disponível em Barra Velha, será preciso aguardar a remessa de Joinville.

“Estou desesperada até lá. Teria custado muito à profissional um pouco mais de cuidado e profissionalismo? São precauções básicas ensinadas na universidade. Minha filha está aterrorizada”, desabafou Silvana.

Silvana também informou que o caso foi registrado na Polícia Civil e será levado ao Ministério Público.

Além disso, foi mencionado que a paciente originalmente tratada pela profissional estava sendo medicada para Sífilis, uma doença sexualmente transmissível.

O secretário de saúde, Maurício Coimbra, reafirmou que os protocolos corretos foram seguidos. No entanto, o caso já chamou a atenção das autoridades locais e do Ministério Público, que estão investigando o caso por possível negligência.

Este evento acontece duas semanas após a cidade de Barra Velha ser palco de outro trágico incidente, a morte de Sofia Pereira, de quatro anos, devido a complicações de dengue. (Com informações Visor)