Briga entre vizinhos no centro de Penha vai parar no Ministério Público (MP)

Morador é acusado de maus-tratos a animais e comércio ilegal de cães da Raça American Bully

Marcos de Oliveira
Da redação

Uma briga entre vizinhos da Rua Silvério Gonçalves, no centro de Penha, foi parar no Ministério Público (MP). A confusão teve início no ano passado, quando o morador Cristiano Elias da Silva foi denunciado aos órgãos de fiscalização do município por comercializar animais e mantê-los em condições inadequadas dentro e fora da residência.

De acordo com o documento encaminhado ao MP, Cristiano tem canis onde mantém confinados, em espaço fora do padrão permitido pela lei, uma criação de cães da raça American Bully, além de ser proprietário de dois cavalos que são alimentados em frente da casa e passam o dia presos a cerca.

Outro ponto abordado na denúncia é a presença de um caminhão com baú de armazenagem de ração animal. O veículo, segundo os vizinhos, estaria estacionado na rua há cinco anos, desde a chegada do morador que veio do Rio de Janeiro.

Em vídeos e fotos, os cavalos aparecem amarrados na cerca da casa com fezes espalhadas pela calçada de passeio. “Os animais ficam amarrados no portão e no caminhão em cordas de 4 metros por muitas horas, sem comida e sem água. Os dejetos (fezes, urina, pesticidas) escorrem direto para a rede fluvial, isso é crime ambiental”, aponta a denúncia.

Em 2021, a reclamação foram levadas ao conhecimento da prefeitura, mas somente na quinta-feira (13) uma ação conjunta da Vigilância Sanitária de Penha e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) foram até a residência de Cristiano.

A Assessoria de Imprensa informou que os fiscais da prefeitura “procederam com autos de intimação e infração nas questões sanitárias, ambientais, tributárias, posturas e de trânsito – dando prazo de 15 dias para regularização.

“Além disso, o trabalho de fiscalização resultou na elaboração do relatório de inspeção sanitária que foi encaminhado para o órgão solicitante, o MPSC, para devidas providências cabíveis”, afirma a nota da prefeitura em resposta ao Oiscnotícias.

Morador se diz vítima de perseguição

Cristiano conta que saiu do Rio de Janeiro em direção a Santa Catarina em busca de uma vida com mais tranquilidade e nunca imaginou que acabaria enfrentando o transtorno.

Segundo ele, a situação da família dele piorou com perda do pai e mais tarde a crise financeira em decorrência da pandemia.

“Não quero parecer vítima, porém, há seis anos que estou vivendo aqui sofro com assédio moral e preconceito dos vizinhos”

Cristiano Elias da Silva, vendedor

“Não quero parecer vítima, porém, há seis anos que estou vivendo aqui sofro com assédio moral e preconceito dos vizinhos. Chegaram a me acusar de ser traficante. Atiraram objetos em meu caminhão.

Cristiano tem alvará de licença para comercialização de animais vivos e rações. “Estou dentro da lei, prova disso que as denúncias nunca foram comprovadas. Até mesmo os fiscais que tiveram aqui. Lembra que uma das servidoras pegava os filhotes (cães) e dizia eu quero esse. Outro chegou a fazer ameaças dizendo que chamaria uma ONG para leva-los”, lembra.

Ele acrescenta ainda que os cães ficam em canis fechados, devidamente higienizados e com as vacinas em dia. “Não tem barulho excessivo, muito menos mau cheiro por conta dos desinfetantes utilizados nos animais. Os cães só ficam agitados pelo barulho de alarmes, que os próprios denunciantes ligam a todo momento despertando o latido dos animais”, completa.