Mais de 200 pessoas improvisaram moradias em barracas, carros e até debaixo de uma ponte na Região das Ilhas, em Porto Alegre
Sem poder voltar para casa, mais de 200 pessoas improvisaram moradias em barracas, carros e até debaixo de uma ponte na Região das Ilhas, em Porto Alegre. Mais de duas semanas após o início da cheia do Guaíba, o local segue inundado. As informações são do g1.
“É ruim, é terrível. Só não está pior porque a gente consegue ajuda. Na minha casa, a água tá no telhado. Perdi tudo”, disse José Odair Aires da Conceição, que reside na Ilha Grande dos Marinheiros e precisou montar uma barraca embaixo da ponte nova do Guaíba.
Os moradores relataram que decidiram não ir a abrigos para não ficarem distantes das moradias. O g1 procurou a prefeitura para saber sobre o atendimento aos afetados, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
José, que trabalha como reciclador, recebeu doações de lonas e, com pedaços de madeira encontrados próximo ao lago, ergueu a barraca onde está sobrevivendo com a namorada.
A situação dele é parecida com a de cerca de 220 pessoas que estão desabrigadas e buscaram refúgio ao longo da BR-290, onde fica a ponte.
A igreja do padre Rudimar Dal’Asta, conhecido como padre Rudi, foi completamente inundada. Acostumado a acolher fiéis da Região das Ilhas, agora é ele que recebe acolhimento.
“(A situação) É dolorida, é sofrida, mas a solidariedade entre as famílias e as pessoas das ilhas é muito grande neste momento”, conta o padre Rudi.
Ele relata que divide uma barraca com outras três pessoas. Para sobreviver, diz que a população depende de “muita solidariedade, de muita caridade”.
Cestas básicas são disponibilizadas por meio de doações, bem como roupas e colchões. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também tem se prontificado em levar cerca de 100 marmitas por dia para eles.