Situação ainda está indefinida diante da prisão do prefeito Clezio Fortunato (MDB) e do vice Jaime de Souza (PL)
O presidente da Câmara de Vereadores, Edson Junkes (MDB), está na expectativa de ser empossado como prefeito interino de São João do Itaperiú, em decorrência da quinta fase da Operação Mensageiro do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).
Junkes, entretanto, evita falar sobre a situação, pois ainda não houve qualquer notificação do Poder Judiciário e nem mesmo o Legislativo foi informado oficialmente se o prefeito Clezio Fortunato (MDB) e o vice Jaime de Souza (PL), detidos logo pela manhã, poderão ser liberados nas próximas horas ou serão encaminhados a alguma unidade prisional.
As informações são de que na tarde de segunda-feira, dia 29 de abril, uma audiência de custódia já estava marcada, mas Junkes lembra que conduzirá normalmente a sessão legislativa, agora a partir das 19h.
“Há um acordo hoje entre os vereadores para tocar a sessão normalmente, embora seja um dia diferenciado na história de São João. Nesse momento, os parlamentares querem poupar os familiares do prefeito e do vice, e até seria complicado algum posicionamento, devido à falta de informações.
Se a situação decorrente da operação seguir o rito ocorrido em Barra Velha, é o Tribunal de Justiça (TJ-SC) quem determinará um eventual afastamento de Clezio e Jaime, e chamara à posse o presidente da Casa de Leis. No caso de Barra Velha, onde o prefeito Douglas da Costa (PL) foi preso, em 24 de janeiro, a ordem do Tribunal veio dois dias depois, e com a negativa do vice Eduardo Peres (Republicanos), em assumir, coube a tarefa ao presidente do Legislativo local, Daniel Pontes da Cunha (PSD), que assumiu em 26 de janeiro.
A operação
O prefeito Clezio e seu vice foram presos na quinta fase da Mensageiro, deflagrada na manhã desta segunda – operação que ocorreu também na cidade de Porto Belo e envolveu o deputado estadual Emerson Stein (MDB).
Outros dois mandados de prisão foram expedidos contra pessoas que não são agentes políticos. Uma das prisões foi cumprida em São Paulo (SP), a partir da ação liderada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).
O Ministério Público confirmou ainda 19 buscas e apreensões tanto em São João como em Porto Belo, sob autorização do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC). Esta é a primeira fase da Mensageiro voltada a investigar contratos de iluminação pública e abastecimento de água – ação que começou no Estado diante de corrupção envolvendo contratos de coleta e destinação de lixo, o que levou 19 prefeitos catarinenses à prisão.
Em São João, os agentes do Gaeco e Geac chegaram às 6h da manhã, colheram documentos na Prefeitura e numa sala do setor de licitações, próximo do paço municipal – em geral, contratos de 2021. Clezio lançou nota alegando “estar tranquilo” e frisou que a Administração “colabora com as investigações. (Com informações Mzl10)